A BENGALA MÁGICA
Félix e a esposa Marília eram dois velhinhos muito simpáticos. Apesar de pobrezinhos, eram muito felizes, amigos da Natureza e generosos.
Contentavam-se com o pouco que tinham.
Certo dia, quando estavam sentados à porta de sua casa, avistaram ao longe dois forasteiros que caminhavam vagarosamente. Vinham cansados e muito sujos. Félix levantou-se para os acolher, enquanto Marília foi preparar- lhes de comer. E reparou que um deles se apoiava numa bengala muito engraçada, com duas serpentes gravadas em todo o seu comprimento. As serpentes até pareciam verdadeiras.
- Entrai e repousai, - disse-lhes Félix. A minha esposa já está a preparar-vos alguma coisa para comerdes.
O forasteiro, que trazia uma bengala estranha, pousou-a no chão. Para grande espanto de Félix, a bengala começou a saltar e a avançar até que, por si própria, se encostou à parede. E achou aquilo muito estranho, mas não disse nada.
Puseram-se a conversar e entretanto Marília trouxe o jantar que esteve a improvisar: uma jarra de leite fresco, um naco de pão duro, uvas, mel e requeijão. Era tudo o que tinha! Os forasteiros, que estavam famintos, devoraram a comida com tanta avidez, que Félix e Marília deram conta de que não seria suficiente para lhes matar a fome.
- Que pena ! - disse Marília para o marido. - Se soubesse teria deixado o meu jantar para dar a estes estrangeiros.
- Também eu! - respondeu Félix.
A bengala, que parecia ter escutado a preocupação deles, pôs-se em movimento e começou a tocar nos alimentos que ainda sobejavam sobre a mesa: o jarro de leite tornou-se muito bonito e brilhante, e muito fresco, o mel, as uvas e o requeijão ficaram com um aspecto extraordinário. E, quanto mais os forasteiros comiam e bebiam, mais a comida aumentava e o jarro se enchia de leite.
- É um milagre! - exclamou Félix com os olhos arregalados.
- Sim, é um milagre. - respondeu um dos forasteiros.
- Mas o milagre ainda maior é a vossa generosidade. Vós destes tudo o que tínheis para nos dar de comer. Nós estamos muito agradecidos. Somos dois magos e, a partir de hoje, vamos fazer com que nunca falte a comida em vossa casa, nem leite fresco no vosso jarro. Quem bater à vossa porta poderá receber a vossa amizade, que tão bem nos soubestes dar.
E os dois forasteiros partiram por esse mundo fora. Desde esse dia, Félix e Marília tiveram sempre leite e comida para eles e para quem lhes batia à porta.
Entendestes a moral da estória... Ou queres que eu desenhe?
2 comentários:
Que linda,Hilda!
Mais uma história para contarmos educando fraternalmente,não?
Gostaria (se eu não estiver sendo inconveniente) de saber a autoria dessas histórias tão gostosas com que vc nos brinda!
Bjs
Zinha, eu adoro crendices e estorias infantis. Algumas, eu invento.
Tenho duas sobrinhas que 'se amarram' em estorinhas com MORAL DA HISTÓRIA. Então, quando DEVEM aprender alguma coisa sem que precisemos 'ralhar', vejo se conheço, pesquiso ou invento algo que se encaixe na questão.
Alguma encomenda? rssss
Beijos, querida.
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