OLHANDO BELÉM...
Na postagem anterior, ouviram uma paraense CANTAR a poesia e a música paraense. Com BOM DIA, BELÉM!, Lucinha Bastos nos mostrou o que sente um paraense - de fato ou de coração - quando está longe desta terra encantada.
Agora, vamos mudar a roupagem, mas não o tom. Vou apresentar um "caboco" que vai ensinar o que VÊ e SENTE quem chega por aqui de visita... Mas primeiro vamos apresentar este figuraça:
CELSO VIÁFORA é compositor, intérprete, violonista e arranjador paulistano, iniciou seus estudos de formação musical na Fundação das Artes de São Caetano do Sul e, posteriormente, fez o curso de arranjo com o maestro Nélson Ayres no Conservatório do Brooklin. Durante os primeiros anos, venceu festivais, escreveu trilhas para teatro, percorreu o Brasil e chegou, inclusive, a emplacar um sucesso que as rádios e Tvs dos principais centros do País nunca executaram: “NÃO VOU SAIR”, gravada inicialmente por Nilson Chaves e que, hoje, possui mais de uma dezena de gravações independentes, tornou-se um hit inicialmente em Belém do Pará, Manaus e Macapá e, depois disso, percorreu o Brasil nas vozes dos cantores da noite, dos cantadores amadores, dos amantes de música; repetindo, espontânea e estranhamente nos anos 80 e 90, a trajetória dos grandes sucessos do início da era do rádio: tempos onde não a intensidade da campanha de marketing da gravadora mas a qualidade e a, natural, aceitação pública da canção é que faziam o diferencial entre o sucesso e o fracasso.
Enfim, respeitado pelos maiores músicos brasileiros (como prova a profusão de “feras” que participaram da gravação dos seus seis discos de carreira), admirado por artistas consagrados, Viáfora, mesmo sem ter tido o apoio de uma grande gravadora, conquistou o seu espaço dentro da Música Popular Brasileira contemporânea graças à qualidade, peculiaridade e força da sua obra.
É um desses poucos artistas de quem, depois de ouvir algumas de suas dezenas de músicas, pode-se dizer, com a boca cheia, tratar-se de alguém que construiu uma obra densa e comovente. Popular e, sobretudo, brasileira.
Gente boa, certo?... Como se diz no Pará, o cara é PAI D'ÉGUA!
E vejam como ele RETRATA um início de "namoro" com Belém!... Agora não tem mais jeito: XONOU!
Tudo bem que ESTE presente é velho, mas é SUUUCEEESSOO!
PARABÉNS, BELÉM!!!!
OLHANDO BELÉM
Composição: Celso Viáfora
Voz: Nilson Chaves
Voz: Nilson Chaves
O sol da manhã rasga o céu da Amazônia
e eu olho Belém da janela do hotel
as aves que passam fazendo uma zona
mostrando pra mim que a Amazônia sou eu
Que tudo é muito lindo
é branco, é negro, é índio
No Rio Tietê mora a minha verdade
Sou caipira, sede urbana dos matos
Um caipora que nasceu na cidade
Um curupira de gravata e sapato
Sem nome, sem dinheiro
Sou mais um brasileiro
e eu olho Belém da janela do hotel
as aves que passam fazendo uma zona
mostrando pra mim que a Amazônia sou eu
Que tudo é muito lindo
é branco, é negro, é índio
No Rio Tietê mora a minha verdade
Sou caipira, sede urbana dos matos
Um caipora que nasceu na cidade
Um curupira de gravata e sapato
Sem nome, sem dinheiro
Sou mais um brasileiro
Olhando Belém enquanto uma canoa desce o rio
e um curumim assiste da canoa um Boeing riscando o vazio
eu posso acreditar que ainda dá pra gente viver numa boa
os rios da minha aldeia são maiores que os de Fernando Pessoa
Molhando meus olhos de verde-floresta
sentindo na pele o que disse o poeta
eu olho o futuro e pergunto pra insônia
será que o Brasil nunca viu a Amazônia?
E vou dormir com isso
Será que é tão difícil?
e um curumim assiste da canoa um Boeing riscando o vazio
eu posso acreditar que ainda dá pra gente viver numa boa
os rios da minha aldeia são maiores que os de Fernando Pessoa
Molhando meus olhos de verde-floresta
sentindo na pele o que disse o poeta
eu olho o futuro e pergunto pra insônia
será que o Brasil nunca viu a Amazônia?
E vou dormir com isso
Será que é tão difícil?
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